Piers Raymond Courage nasceu em 27 de maio de 1942 em Colchester, Inglaterra...Era herdeiro da dinastia Courage,iniciada com Jonh Courage em 1787, de origem escocesa e francesa (daí seu sobrenome Courage - coragem em francês);dinastia dona de uma das maiores cervejarias do Reino Unido, a Courage Brewery;
Piers Courage
Piers teve uma educação privilegiada,estudou no Eton College, o mesmo onde os herdeiros da Família Real Britânica estudam,Começou sua careira no automobilismo pilotando uma Lotus 7;Em 1964 começa a disputar o campeonato de F3 com uma Lotus 22; Disputaria a temporada de 1965 com uma Brabham 1.0L e a de 1966 com uma Lotus 41, dada pelo próprio Colin Chapman.
Piers Courage na F3 em Brands Hatch 1964
Em 1967, Courage assina com a equipe BRM de F-1; O estilo de condução agressivo e arrojado se fez presente na F1 e acabou custando bons resultados para ele e sua equipe, que acabou liberando-o de seu contrato após o GP de Monaco de 67; Porém seu jeito de ser e tratar seus companheiros de equipe lhe rendeu o título de "o último gentilmen da F1", nobreza aliás sempre lhe foi próximo, casou-se com Lady Sarah Curzon em 1966, que ficou conhecida como "Sally" Courage.
Piers termina a temporada de 67, correndo com a Reg Parnell que corria com BRM´s de segunda linha
Courage e o BRM P 126 da Reg Parnell em Nuburgring,1968
Courage estava obtendo bons resultados na Parnell quando reencontra um grande amigo dos tempos de F-2, Frank Williams.Frank iria montar uma equipe de F-1 e queria que Courage fosse seu piloto; Frank foi uma das grandes amizades da Courage na F-1; a outra seria com o austríaco Jochen Rindt;sua amizade estendeu-se as esposas e familias de ambos...
Nina Rindt (esq) e Sally Courage (dir), cronometrando os tempos de Jochen e Piers,
no fatídico GP da Holanda de 1970: ambas terminariam o ano viúvas
Piers cumpre seu contrato com a Parnell, disputando as temporadas de 1967 e1968, e em 1969, torna-se o primeiro piloto da equipe de seu amigo Frank Williams.Frank adquirira duas Brabham BT-26 para sua equipe em 69
Piers e o Brabham BT-26 de Williams em Silverstone,1969
Piers terminou a temporada de 1969 em 8° lugar, tendo como melhor resultado um 2° lugar em Monaco e um 2° nos EUA, nada ruim para uma equipe que corria com carros defasados;
Para 1970, Frank adquire os Brabham BT- 30, ainda de segunda, mas estava em negociação com Alejandro De Tomaso, fabricante dos míticos carros esportes que levavam seu nome; este estava criando um modelo para F-1, com chassi feito de um material leve, que se popularizava rápido no automobilismo, mas mortalmente inflamável: magnésio..,
Brabham BT -30 : seria usado nas primeiras provas de 1970
Assim, estreia o Tomaso 505 de F-1 com motor Ford Cosworth V8;
O começo é complicado, o carro demonstra-se irregular e Piers passa as 4 primeiras provas do ano, brigando com o carro literalmente; Vem a 5° etapa, o GP da Holanda, em Zandvoort.
Piers e o Tomaso 505 no GP da Holanda 1970
Courage larga em 9°, passa a primeira metade da prova lutando para manter o carro na pista,porém ouve-se um estalo: na saida no Tunel Oost, algo se quebra;Não se sabe se foi a suspensão dianteira ou a caixa de direção, sabe-se apenas que o Tomaso ficou indirigível, Piers se choca contra um barranco violentamente,o impacto arrancara seu capacete e lhe quebra o pescoço, matando-o instantanemente; Assim não sentiria o horror provocado pelo magnésio:a morte nas chamas preso ao que sobrou do Tomaso
O Tomaso de Courage após o violento impacto
(Horror que exatos tres anos depois, Roger Williamson encontraria no mesmo ponto da pista).
Courage partiu deixando 2 filhos e um legado: de cordialidade com seus companheiros e um estilo de pilotagem leal, fazendo jus a seu título: o ùltimo gentilmen da F-1
O acidente fatal de Courage
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