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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Piers Courage

Para ser piloto de F1 nos anos 60, era necessário além de talento, uma boa dose de coragem para enfrentar circuitos inseguros e carros idem; E isso ele tinha até no nome...
Piers Raymond Courage nasceu em 27 de maio de 1942 em Colchester, Inglaterra...Era herdeiro da dinastia Courage,iniciada com Jonh Courage em 1787, de origem escocesa e francesa (daí seu sobrenome Courage - coragem em francês);dinastia dona de uma das maiores cervejarias do Reino Unido, a Courage Brewery;


Piers Courage

Piers teve uma educação privilegiada,estudou no Eton College, o mesmo onde os herdeiros da Família Real Britânica estudam,Começou sua careira no automobilismo pilotando uma Lotus 7;Em 1964 começa a disputar o campeonato de F3 com uma Lotus 22; Disputaria a temporada de 1965 com uma Brabham 1.0L e a de 1966 com uma Lotus 41, dada pelo próprio Colin Chapman.


Piers Courage na F3 em Brands Hatch 1964

Em 1967, Courage assina com a equipe BRM de F-1; O estilo de condução agressivo e arrojado se fez presente na F1 e acabou custando bons resultados para ele e sua equipe, que acabou liberando-o de seu contrato após o GP de Monaco de 67; Porém seu jeito de ser e tratar seus companheiros de equipe lhe rendeu o título de "o último gentilmen da F1", nobreza aliás sempre lhe foi próximo, casou-se com Lady Sarah Curzon em 1966, que ficou conhecida como "Sally" Courage.
Piers termina a temporada de 67, correndo com a Reg Parnell que corria com BRM´s de segunda linha


Courage e o BRM P 126 da Reg Parnell em Nuburgring,1968

Courage estava obtendo bons resultados na Parnell quando reencontra um grande amigo dos tempos de  F-2, Frank Williams.Frank iria montar uma equipe de F-1 e queria que Courage fosse seu piloto; Frank foi uma das grandes amizades da Courage na F-1; a outra seria com o austríaco Jochen Rindt;sua amizade estendeu-se as esposas e familias de ambos...


Nina Rindt (esq) e Sally Courage (dir), cronometrando os tempos de Jochen e Piers,
no fatídico GP da Holanda de 1970: ambas terminariam o ano viúvas


Piers cumpre seu contrato com a Parnell, disputando as temporadas de 1967 e1968, e em 1969, torna-se o primeiro piloto da equipe de seu amigo Frank Williams.Frank adquirira duas Brabham BT-26 para sua equipe em 69


Piers e o Brabham BT-26 de Williams em Silverstone,1969


Piers terminou a temporada de 1969 em 8° lugar, tendo como melhor resultado um 2° lugar em Monaco e um 2° nos EUA, nada ruim para uma equipe que corria com carros defasados;
Para 1970, Frank adquire os  Brabham BT- 30, ainda de segunda, mas estava em negociação com Alejandro De Tomaso, fabricante dos míticos carros esportes que levavam seu nome; este estava criando um modelo para F-1, com chassi feito de um material leve, que se popularizava rápido no automobilismo, mas mortalmente inflamável: magnésio..,


Brabham BT -30 : seria usado nas primeiras provas de 1970

Assim, estreia o Tomaso 505 de F-1 com motor Ford Cosworth V8;
O começo é complicado, o carro demonstra-se irregular e Piers passa as 4 primeiras provas do ano, brigando com o carro literalmente; Vem a 5° etapa, o GP da Holanda, em Zandvoort.


Piers e o Tomaso 505 no GP da Holanda 1970

Courage larga em 9°, passa a primeira metade da prova lutando para manter o carro na pista,porém ouve-se um estalo: na saida no Tunel Oost, algo se quebra;Não se sabe se foi a suspensão dianteira ou a caixa de direção, sabe-se apenas que o Tomaso ficou indirigível, Piers se choca contra um barranco violentamente,o impacto arrancara seu capacete e lhe quebra o pescoço, matando-o instantanemente; Assim não sentiria o horror provocado pelo magnésio:a morte nas chamas preso ao que sobrou do Tomaso


O Tomaso de Courage após o violento impacto

(Horror que exatos tres anos depois, Roger Williamson encontraria no mesmo ponto da pista).

Courage partiu deixando 2 filhos e um legado: de cordialidade com seus companheiros e um estilo de pilotagem leal, fazendo jus a seu título: o ùltimo gentilmen da F-1


O acidente fatal de Courage